Alcoolismo no Trabalho
Publicado por Scio Education

Assim como o tabaco, o consumo de bebidas alcoólicas é amplamente aceito pela sociedade, a ponto de sua comercialização ser legalizada, com exceção da venda para menores de idade.

Apesar disso, o álcool ainda é considerado uma droga e, como tal, seu uso não moderado pode levar à dependência.

Embora novas campanhas de conscientização estejam surgindo nos últimos anos, por muito tempo seu consumo foi tratado como algo sofisticado e requintado. Esse paradoxo ajudou a criar uma cultura que até hoje faz muitas vítimas da dependência e torna o vício algo comum, sendo tratado como um dos problemas mais sérios de saúde pública no Brasil e no mundo inteiro.

Um hábito prejudicial

O álcool causa danos a diversas partes do nosso corpo, especialmente ao órgão responsável pela desintoxicação do organismo: o fígado.

Quando prejudicado pela ação do álcool, o fígado não consegue eliminar propriamente as toxinas ingeridas durante a digestão e, assim, essas substâncias permanecem no organismo, caem na corrente sanguínea e acabam atingindo outros órgãos.

Em função disso, o consumo excessivo de álcool pode provocar:

  • Gastrite;
  • Hepatite alcoólica;
  • Pancreatite;
  • Neurite;
  • Entre muitos outros tipos de inflamação.

Além do prejuízo ao funcionamento do corpo, o álcool também interfere negativamente na saúde mental do indivíduo, inibindo a motivação na vida pessoal de quem o consome. Isso ajuda a aumentar a incidência de comportamentos antissociais, ruptura de relacionamentos, brigas, violência doméstica, acidentes no trânsito e, claro, problemas no trabalho.

Efeitos do álcool no trabalho

O alcoolismo acarreta em diversos problemas interpessoais e de relacionamento, ou seja, que não se restringem apenas a quem possui o vício, mas que também atinge as pessoas ao redor do dependente, como amigos, familiares e colegas de trabalho.

Ao contrário do que muitos acreditam, mesmo em pequenas quantidades, o uso abusivo de bebidas alcoólicas no ambiente profissional implica na diminuição da produtividade, aumento de absenteísmo (falta ao trabalho), maior probabilidade de acidentes de trabalho, entre outros.

Isso se dá pelo fato de o álcool ser uma substância depressora do Sistema Nervoso Central, cujos principais efeitos a curto prazo envolvem:

  • Prejuízo do julgamento e da crítica;
  • Prejuízo da percepção, memória e compreensão;
  • Diminuição da resposta sensitiva e retardo da resposta reativa;
  • Diminuição da acuidade visual e visão periférica;
  • Incoordenação sensitivo-motora, prejuízo do equilíbrio;
  • Sonolência.

Ou seja, nada recomendável para realizar tarefas que exigem concentração, agilidade e resolução de problemas.

A ligação álcool x desemprego

Segundo dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), o padrão de consumo na população brasileira adulta teve grandes saltos, tanto na proporção de bebedores frequentes quanto naqueles que apresentam um padrão de consumo nocivo. 

A pesquisa também mostrou que mais de 8% da população admite que o uso de álcool teve efeito prejudicial no seu trabalho, enquanto 4,9% relataram já ter perdido o emprego devido ao consumo de bebidas alcoólicas.

Porém, esse comportamento tem se mostrado como uma via de mão dupla. Enquanto estudos destacam o alcoolismo como causa de desemprego, o próprio desemprego é apontado cada vez mais como um fator do aumento do consumo de álcool e risco de desenvolver abuso ou dependência alcoólica.

Buscando ajuda

Com todos esses fatos em mente, a preocupação com o abuso do álcool por trabalhadores é legítima e merece atenção urgente.

O encaminhamento de trabalhadores com uso problemático de álcool aos serviços de saúde é essencial, mas não é a única coisa a se fazer. A prevenção é algo de extrema importância!

Por isso, profissionais defendem cada vez mais a implementação de programas preventivos, direcionados àqueles que ainda não desenvolveram um transtorno relacionado ao uso de álcool, porém já apresentam problemas decorrentes do uso dessa substância.

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