Os Desafios Emocionais da Maternidade

Publicado por Scio Education

No Brasil, o Dia das Mães é celebrado em todo segundo domingo do mês de maio. E, com a proximidade dessa data, é comum vermos uma série de homenagens se espalhando pelas redes sociais e pelos comercias de televisão. Mas, para além das declarações de amor e respeito pelas mulheres que nos criaram, é importante também usarmos essa ocasião para refletirmos sobre algumas questões ligadas à maternidade e o quanto exercer esse papel pode ser desafiador.

Muitas pessoas acreditam que ser mãe é um dom inato à mulher, ou seja, que as mulheres já nascem prontas para gerar e/ou cuidar de uma criança, e com o instinto maternal à flor da pele. Se formos analisar pelos aspectos fisiológicos, isso até pode ser uma verdade visto que, ao longo dos anos, o aparelho reprodutor feminino vai se preparando para gerar uma nova vida. No entanto, a maternidade vai muito além da biologia e engloba também questões sociais, econômicas, de sexualidade, emocionais e geracionais. A verdade é que nenhuma mulher já nasce realmente pronta para ser mãe, inclusive há mulheres que nem sonham nem desejam isso.

A maternidade, entre todas as complexidades que ela abarca, é uma questão de escolha e também de aprendizado. Não existe nenhuma fórmula ou treinamento secreto que prepare as mulheres para exercerem seu papel materno. Há mulheres que se tornam mães quando veem o resultado positivo no teste de gravidez, outras apenas quando dão à luz ou pegam seu bebê no colo pela primeira vez. Há mulheres que se tornam mães no momento que olham para uma criança na fila de adoção, outras que vão se tornando uma com o tempo, aprendendo um pouco a cada dia. Afinal, existem diversos tipos de mães e cada uma delas tem uma visão sobre o seu papel e sobre a criação de seus filhos.

Ser mãe é enfrentar muitos desafios e também muitas cobranças. Desde o momento em que engravidam as mulheres são julgadas pelas escolhas que vão tomar: se optarão por um parto natural ou por fazer uma cesariana, se abrirão mão de sua carreira para exercer o papel de mãe ou se voltarão ao trabalho após o fim da licença-maternidade; se vão ou não contratar uma babá; por quanto tempo irão amamentar; se vão ou não colocar a criança na escolinha; etc. Aliás, julgamentos como esses não se restringem às mãe biológicas. Se você é uma mãe adotiva, solo, de um ou de muitos, transsexual, de criação ou se vocês são duas mães… não importa, sempre vai ter alguém para apontar seus erros e lhe dizer qual é a melhor forma de criar seus filhos.

E, além das cobranças sobre criação, há também o peso da obrigação de ser uma supermãe, como se a maternidade obrigasse as mulheres a serem super-heroínas e a serem fortes e infalíveis o tempo todo. O que nós, enquanto sociedade, devemos compreender é que mães (por mais que sejam capazes de sentir e transmitir o amor mais incondicional do mundo) são seres humanos. Precisamos ter consciência de que mães também: se cansam; choram; precisam dormir; adoecem; têm vaidade; têm desejos; falham; precisam de colo; precisam de um tempo com e para elas mesmas. Contudo, mães são capazes de abrir mão de suas próprias necessidades para priorizar a de seus filhos. São capazes de se fingirem inabaláveis para continuar sendo um porto-seguro para seus filhos, e é possível dizer que abnegação e altruísmo são as maiores características de uma mãe. Sim, a maternidade é um ato de coragem, embora ter que se provar o tempo todo possa ser muito cansativo.

Mas, como nós podemos valorizá-las por isso? Como podemos reconhecer o desafio que é ser mãe? Exercendo a empatia, o acolhimento e o respeito por cada tipo de mãe que encontrarmos em nosso caminho. Escutando seus desabafos e preocupações. Oferendo apoio e solidariedade. Afinal, mães também precisam de cuidados.

Há muitas mães que estão dispostas a formar uma rede de suporte e de troca de experiências sobre a maternidade, e se você quiser conhecer essas mulheres e seus projetos aqui vão algumas dicas de sites, podcasts e páginas para seguir: