Saúde em Foco: o Mal de Alzheimer no Cinema
Publicado por Scio Education

Considerada uma das doenças neurodegenerativas mais comuns em nossa sociedade, acredita-se que o Mal de Alzheimer esteja relacionado em mais de 80% dos casos de demência em idosos ao redor do mundo.

 

O QUE É
É uma doença progressiva que faz com que as células do nosso cérebro se gastem lentamente até pararem de funcionar. Essa deterioração não reversível do funcionamento cerebral é responsável por um declínio na capacidade de raciocínio, afetando o comportamento e habilidades sociais até o ponto em que a pessoa já não tem condições de viver de maneira independente.

SINTOMAS
A perda de memória é o principal sintoma quando abordamos o Mal de Alzheimer. No estágio inicial, ela pode aparecer como uma dificuldade em se lembrar de eventos ou conversas recentes, agravando-se conforme a progressão da doença.

Entre outros sintomas reconhecíveis estão os problemas de concentração, principalmente tratando-se de conceitos que envolvam números e atividades multi-tarefas, como cuidar das finanças da empresa e contas da casa.

Há também uma disfunção gradual na habilidade de realizar julgamentos e decisões racionais, que afetam o trato social e vão desde comentários incomuns durante uma conversa até decisões equivocadas na hora de se vestir. Além disso, tarefas rotineiras que antes pareciam automáticas também podem sofrer impacto, exigindo um grande esforço para serem completadas.

Com o avanço do transtorno, mudanças de comportamento e personalidade começam a aparecer. Alguns exemplos são a depressão, apatia, desconfiança dos outros, agressividade, divagação, delírios, entre outros.

CAUSAS
Pesquisadores acreditam que a doença é causada por uma combinação de genética, estilo de vida e ambiente social que afetam o cérebro do indivíduo ao longo do tempo, mas um grande fator de risco é o avanço de idade. Apesar de não fazer parte natural do envelhecimento, a chance de desenvolvimento do distúrbio dispara entre a população de idosos.

PREVENÇÃO
Desde que foi descoberta pelo neuropatologista Dr. Alois Alzheimer, a doença não possui cura e, atualmente, apenas 5 tratamentos são considerados como aprovados oficialmente.

No entanto, pesquisas revelam que mudanças na dieta em conjunto com uma rotina de atividades físicas e o cuidado com os níveis de pressão arterial enquanto jovem, evitando oscilações e picos de pressão, ajudem a reduzir a chance de desenvolvimento da doença.

Além disso, a preservação de atividades sociais que estimulam o pensamento também são benéficas na prevenção, como: participação em eventos sociais, leitura, dança, jogos de tabuleiro, criação de arte ou apenas tocar um instrumento.



O MAL DE ALZHEIMER NO CINEMA

Por ser uma doença tão avassaladora e tão conhecida pela população no geral, o Mal de Alzheimer já foi tema de diversos filmes e séries. A Scio Education separou três recomendações para você assistir e aprender mais sobre o assunto!

Amor (2012)

O casal de músicos aposentados, Georges e Anne, possui uma vida ativa na cidade de Paris, tanto culturalmente quanto socialmente. Quando um acidente cardiovascular deixa Anne paralisada e impedida de tocar, sua vida sofre um reviravolta. Ela se vê completamente dependente dos outros ao mesmo tempo que começa a apresentar sinais inegáveis de demência.

O filme é um retrato tocante da vulnerabilidade humana, que expõe de maneira crua nosso processo de aceitação de que a vida, um dia, chega ao fim. Neste caso, o Alzheimer aparece como evento catalizador, nos obrigando a lidar com essa nova realidade da melhor maneira que podemos: amando.

Ganhador da Palma de Ouro, além de receber prêmios para Melhor Filme, Diretor (Michael Haneke), Ator (Jean-Louis Trintignant) e Atriz (Emmanuelle Riva).

 

Para sempre Alice (2014)


Aos 50 anos, Alice Howland está vivendo seu auge com um casamento feliz, os filhos crescidos e uma carreira prestigiada como professora universitária de linguística. No entanto, ao notar sinais de perda memória e dificuldade de organizar o seu raciocínio, ela descobre que está no primeiro estágio de Alzheimer.

A personagem de Julianne Moore (Alice) sofre de um caso raro da doença, que geralmente atinge pessoas mais velhas, mas que traz consequências severas e irreversíveis para sua memória, atenção, concentração, comunicação e pensamento.

Esta percepção é o suficiente para que ela se depare com questões existenciais sobre seu futuro mas, principalmente, sobre o que a constitui como pessoa, uma vez que a mesma se define como indivíduo a partir de coisas que estão progressivamente se perdendo, como a sua capacidade de linguagem, intelecto e articulação.   

Apesar do longa não ter sido indicado para nenhuma categoria de melhor filme, a atuação da atriz rendeu mais de 30 premiações para Julianne Moore, incluindo o Oscar, o Globo de Ouro, o Spirit Award, BAFTA, o SAG e o Hollywood Awards.

Safe House (1998)



Sir Patrick Stewart aparece nesse thriller psicológico no papel de Mace Sowell, um ex-agente de inteligência do governo americano que, mesmo aposentado, possui informações secretas suficientemente perigosas para levá-lo a crer que se encontra sob o risco assassinato. Para garantir sua segurança, ele transforma sua casa em uma fortaleza e cria um sistema que irá lançar toda a informação para o mundo, caso ele não introduza um código de tempos em tempos. No entanto, ao tentar explicar para sua família a situação e convencer a todos sobre os seus anos de trabalho como agente secreto, ele descobre que se encontra nos primeiros estágios de Alzheimer, diminuindo sua credibilidade e levantando a possibilidade de ele estar sofrendo de alucinações.

O filme possui uma abordagem diferente sobre a doença, apostando em uma linguagem mais leve e focando no lado da paranóia, um dos sintomas comuns do Mal de Alzheimer.


Fontes:

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/alzheimers-disease/symptoms-causes/syc-20350447

https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/317

https://emedicine.medscape.com/article/1134817-overview