Terapia de realidade virtual ajuda a tratar fobias e estresse pós-traumático
Publicado por Scio Education

A023---Realidade-Virtual

A tecnologia de realidade virtual (RV) pode ser uma parte efetiva do tratamento para fobias, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em veteranos de guerra e outros problemas de saúde mental, de acordo com uma pesquisa publicada na edição de maio/junho da Harvard Review of Psychiatry.

A “terapia de exposição baseada em VR” (ERV) se mostrou eficaz para tratar a síndrome do pânico, dor aguda e crônica, vícios (incluindo tabagismo), transtorno de ansiedade social, claustrofobia, agorafobia (medo de espaços abertos), transtornos alimentares, ansiedade generalizada (onde as tarefas diárias se tornam pesadas), transtorno obsessivo-compulsivo, e até mesmo esquizofrenia.

A RV permite que os provedores “criem ambientes gerados por computador em uma configuração controlada, que pode ser usada para criar uma sensação de presença e imersão no ambiente temido pelas pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade”, diz a autora principal Jessica Maples-Keller, Doutora da Universidade da Geórgia.

Um exemplo prático é a exposição progressiva a situações assustadoras em pacientes com fobias específicas, como medo de voar. Isso geralmente inclui oito passos, desde caminhar através de um terminal do aeroporto até voar durante uma tempestade com turbulência, incluindo estímulos específicos ligados a esses sintomas (como o som do fechamento da porta da cabine). O paciente pode experimentar de modo virtual diversas decolagens e desembarques sem entrar em um voo real.

A RV pode simular exposições que seriam caras ou impraticáveis de serem recriadas na vida real, como condições de guerra ou para controlar a “dose” e os aspectos específicos do ambiente de exposição ao estresse.

“Um sistema de RV normalmente incluirá uma tela acoplada na cabeça e uma plataforma (para os pacientes) e um computador com dois monitores: um para a interface do provedor em que ele monta a exposição em tempo real e outra para que o provedor veja a posição do paciente no ambiente de realidade virtual, explicam os pesquisadores.

No entanto, até agora, a pesquisa sobre aplicações de RV teve limitações, incluindo pequeno número de pacientes e falta de grupos de comparação; E os prestadores de cuidados de saúde mental precisarão de treinamento específico, advertem os autores.

 

 

 

Resumo do artigo: Uso da tecnologia da realidade virtual no

tratamento da ansiedade e outros distúrbios psiquiátricos 

A realidade virtual (RV) permite aos usuários experimentar uma sensação de presença em um ambiente tridimensional gerado por computador. As informações sensoriais são entregues através de uma tela acoplada na cabeça e dispositivos de interface especializados. Esses dispositivos acompanham os movimentos das cabeças para que os movimentos e as imagens mudem de forma natural, permitindo uma sensação de imersão. A RV, que permite a entrega controlada de estimulação sensorial através do terapeuta, é um tratamento conveniente e econômico. Esta revisão está centrada na literatura disponível sobre a eficácia da incorporação de RV no tratamento de vários distúrbios psiquiátricos, com atenção especial à intervenção baseada na exposição controlada para transtornos de ansiedade. Realizou-se uma pesquisa sistemática da literatura para identificar estudos que implementaram tratamento baseado em RV para ansiedade ou outros distúrbios psiquiátricos. Este artigo analisa o histórico do desenvolvimento da tecnologia baseada em realidade virtual e seu uso no tratamento psiquiátrico, a evidência empírica para o tratamento baseado em RV e os benefícios para o uso de RV para pesquisa e tratamento psiquiátrico. Ele também apresenta recomendações sobre como incorporar a realidade virtual em cuidados psiquiátricos e discute orientações futuras para tratamento baseado em RV e pesquisa clínica.

 

 

Referências bibliográficas

 

Jessica L. Maples-Keller, Brian E. Bunnell, Sae-Jin Kim, Barbara O. Rothbaum. The Use of Virtual Reality Technology in the Treatment of Anxiety and Other Psychiatric Disorders. Harvard Review of Psychiatry, 2017; 25 (3): 103 DOI: 10.1097/HRP.0000000000000138. Acesse o artigo original aqui.

 

Fonte: Kurzweilai