Assistente social e Saúde Mental
Publicado por Scio Education

Nesta sexta-feira (15), celebramos o Dia do Assistente Social e resolvemos falar um pouco sobre o papel desses profissionais no tratamento da Saúde Mental!

Vamos começar?

O que faz o assistente social?

Depois da reforma psiquiátrica, que aboliu o tratamento manicomial no Brasil, muitas profissões da área da saúde tiveram que se adaptar à nova realidade. O assistente social foi um desses casos.

Portanto, diante dessas transformações sociais e legislativas, reforçou-se seu papel como um profissional que visa articular ações para garantir à população acesso aos direitos previstos em lei.

Em outros termos, cabe a ele a orientação social a indivíduos, grupos e a população, auxiliando na identificação de recursos e leis que possam servir em defesa de seus direitos.

Qual seu papel no atendimento à saúde mental?

Uma das principais funções do serviço social é a reabilitação social do indivíduo, devendo ser um processo estruturado sempre em conjunto com equipes interdisciplinares capacitadas.

Neste cenário, sua participação é fundamental em muitas das etapas do cuidado ao indivíduo, desde o planejamento e execução de ações de prevenção de riscos, até o acolhimento, a reabilitação e a reinserção social do indivíduo nos casos em que isto se faz necessário.

Sendo assim, em casos de tratamentos de saúde mental, geralmente o assistente social é acionado nos seguintes casos:

• Potencial ruptura do tratamento psiquiátrico por motivos socioeconômicos.

• Potencial ruptura do paciente com transtornos mentais com o seu meio social, dificultando o tratamento.

• Potencial perda dos direitos básicos do indivíduo.

Porém, a função do assistente social na área psiquiátrica varia mediante uma série de elementos, entre elas, quais tipos de instituição em que atua.

Modelos de atuação

Dentro da área de Saúde Mental, o assistente social tem alguns caminhos mais comuns para seguir atuando.

Pode ser que trabalhe em instituições no modelo Hospitalocêntrico, onde estaria integrado a uma equipe interdisciplinar (médicos, psicólogos, etc) e, neste caso, possuiria funções mais subordinadas e de apoio ao médico, como:

  • Atuar na agilidade da rotatividade dos leitos;
  • Promover atividades de educação em saúde;
  • Orientar sobre benefícios sociais e previdenciários,
  • Atuar atrelado às famílias e articulando a rede socioassistencial.

Ao invés disso, pode decidir seguir o modelo de atendimento no campo da Atenção Psicossocial sendo sua maioria na atuação dos CAPS (centros de atenção psicossocial).

Nestes casos, foca-se numa relação mais direta com os usuários e nas articulações para viabilizar o acesso e usufruto de direitos.

É importante destacar que o serviço social deve estar sempre atrelado à necessidade de manter um equilíbrio na saúde mental dos indivíduos. Além disso, cabe a este profissional analisar meticulosamente cada caso encaminhado, para que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente.

Desafios e importância na saúde mental

Apesar do seu olhar “circular” e da sua capacidade de intervenção “empática, acessível e resolutiva” o tornar uma peça valiosa para qualquer equipe interdisciplinar, quando se trata de Saúde Mental é sempre bom que o profissional se mantenha atualizado e preparado para os possíveis percalços da profissão.

Como em qualquer outra clínica, o assistente social necessita se apropriar de conhecimentos psicopatológicos, psicofarmacológicos e de determinados “jargões”. Isso facilita seu diálogo com a equipe, além de evitar uma subalternização a esses saberes ou a seus profissionais.

Porém, um dos maiores desafios postos ao Assistente social continua sendo o desenvolvimento de sua capacidade em entender a realidade dos usuários e poder usar seu conhecimento acadêmico, teórico e prático para construir estratégias voltadas à efetivação dos seus direitos.

Para que isso ocorra, é cada vez mais necessária a valorização da profissão, através do direcionamento de recursos para o sistema de saúde, afim de garantir as ferramentas para que essas equipes possam atuar de acordo com seu máximo potencial.

É fundamental reconhecer esses profissionais pelo trabalho que fazem, especialmente na atenção básica, no contato com pessoas em situação de rua e na função que exercem no encaminhamento dessas pessoas.

Por isso, no próximo dia 15 de maio, demonstre seu apoio à essas pessoas que dedicam sua vida para garantir a dignidade e igualdade para todos os brasileiros!