Apneia do sono: o que é e qual a diferença para o ronco?
Publicado por Scio Education

A apneia do sono é um distúrbio que, além de causar ruídos por dificuldades respiratórias, também faz com que a pessoa pare de respirar por alguns segundos, diversas vezes durante a noite. A frequência dessas interrupções é de, no mínimo, 5 vezes no intervalo de 60 minutos.

Normalmente, a pessoa não faz ideia de que tem o problema e, pior, de que essa é a causa das suas noites mal dormidas e, consequentemente, falta de disposição logo pela manhã.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de qualidade de sono ruim e cerca de 30% da população adulta sofre de apneia do sono.

Apneia x Ronco

Enquanto dormimos, podemos experienciar certa dificuldade em respirar por conta de algum problema com a passagem de ar por nossas vias aéreas (nariz e garganta). Isso leva a uma vibração nessa região, causando um ruído que chamamos comumente de ronco.

No entanto, a apneia não se trata de um simples ronco. Neste caso, além do barulho, a respiração também é entrecortada por engasgos, que são causados pelo fechamento total das vias aéreas durante o sono. Essas pequenas pausas na entrada de ar levam a outros problemas mais graves, como a diminuição da concentração de oxigênio no sangue.

Em resumo, a apneia consiste na interrupção completa das vias aéreas, já o ronco é apenas a dificuldade para respirar. Ou seja, quem ronca nem sempre tem apneia, porém, quem tem apneia sempre ronca.

Sinais e sintomas

A versão mais comum da doença é conhecida como apneia obstrutiva do sono e tem uma origem anatômica. O relaxamento dos músculos da garganta (tecidos da faringe e da base da língua), gera um bloqueio temporário e repetitivo, impedindo o ar de fluir propriamente pelas vias aéreas.

Já a apneia central do sono, é um tipo mais raro, pois é ocasionado por uma alteração na região do cérebro que controla a respiração.

Sinais e sintomas da apneia do sono

  • Ronco
  • Respiração ofegante
  • Sensação de sufocamento ao dormir
  • Sono agitado
  • Sonolência ao longo do dia
  • Dificuldade de concentração
  • Dor de cabeça matinal

Outros problemas causados pela apneia

Por conta da redução de oxigênio no cérebro e no corpo, o sistema nervoso de uma pessoa com apneia fica superativado, impulsionando o organismo a injetar mais adrenalina no sangue e elevando o ritmo dos batimentos cardíacos. Isso leva a uma maior contração dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a resistência à insulina

Por essas razões, a apneia precisa ser diagnosticada e tratada, pois ela aumenta as chances de pressão alta, arritmia cardíaca e outras doenças cardiovasculares, como o infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC).

Prevenção

Como tantas outras doenças, a melhor maneira de prevenir a apneia do sono é levar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e exercício físico.

Além do excesso de peso ser um dos principais causadores da doença, o hábito de fumar e ingerir bebidas alcóolicas também é desaconselhado, uma vez que ambos interferem diretamente no ciclo do sono e no relaxamento da musculatura da garganta.

Fatores de risco

  • Excesso de peso
  • Maxilar inferior encurtado, o que empurra a língua muito para trás, tapando a garganta
  • Tabagismo
  • Álcool em excesso
  • Uso exagerado ou equivocado de sedativos
  • Aumento das amígdalas e adenoides
  • Dormir de barriga para cima
  • Tumores

Tratamento

Na maioria dos casos, o grau de obstrução das vias aéreas e sua causa serão os fatores determinantes no tratamento da doença.

Muitas vezes, o mais indicado será a eliminação do causador direto do problema, seja ele o emagrecimento (obesidade), redução do consumo de álcool e tabaco ou o simples reposicionamento do corpo para dormir. Alguns tratamentos podem incluir o uso de um equipamento auxiliador da respiração durante o sono ou até mesmo cirurgia.

O mais importante é consultar um médico ao notar-se alguns dos sintomas (relato de sono agitado e ruidoso, por exemplo). Nesse sentido, a avaliação do parceiro (ou parceira) é essencial para o diagnóstico e muito bem-vinda.

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