A ciência do relacionamento – especial Dia dos Namorados
Publicado por Scio Education

Mesmo após séculos de mudanças na maneira como a sociedade se organiza, o relacionamento amoroso continua sendo uma ligação idealizada e constituída pela maior parte da população.

Apesar de novas formas de relacionamento terem surgido, oferecendo mais opções à pessoas que não se encaixam no padrão patriarcal e monogâmico, a busca por um parceiro amoroso ainda existe, seja ele transicional ou para o resto da vida.

Sendo assim, conseguimos explicar por que o ser humano ainda carrega em seu DNA essa necessidade inata de união afetiva? E quais benefícios essa parceria amorosa pode trazer para nossa saúde física e mental?

É sobre essas questões que trataremos neste artigo especial de Dia dos Namorados!

Qual a função do namoro?

Cientificamente falando, estabelecer um relacionamento amoroso é uma parte muito importante na vida de um individuo. Atingir essa meta, significa que obtivemos sucesso em uma tarefa vital para o que chamamos de transição para a vida adulta.

Além disso, pesquisas realizadas em “adultos emergentes” (jovens entre 18 e 29 anos) sugerem que o desenvolvimento de uma relação romântica de qualidade garante um sentimento de satisfação pessoal e contribui para o aumento dos níveis de felicidade desses jovens adultos.

A ciência do amor

Apesar do fato de que a literatura dedicada exclusivamente a esse assunto ainda seja recente, tendo início apenas na década de 80, encarar o relacionamento amoroso como uma ciência é algo que vem ganhando cada vez mais força no meio.

Hoje em dia, o romance já não é um objeto de estudo exclusivo dos escritores, músicos e poetas. As relações amorosas tornaram-se um campo de pesquisa multidisciplinar, envolvendo diversos profissionais na busca por determinar o processo de um relacionamento, quais suas etapas e como cada uma ocorre.

Atualmente, a maioria dos estudos foca na iniciação, desenvolvimento, manutenção e dissolução dessas relações interpessoais, mais especificamente, nas ligações românticas.

No entanto, apesar de ainda não apresentar resultados conclusivos, uma constatação surge em quase todas as pesquisas realizadas: a personalidade de cada individuo é um fator determinante no desenvolvimento do relacionamento, influenciando diretamente cada etapa do processo e, principalmente, quais as consequências dessa união para o corpo e mente dos envolvidos.

Compatibilidade Romântica

A ciência dos relacionamentos produziu muitas teorias, mas duas correntes se destacam até hoje pela influência que tiveram na área: a Teoria da Interdependência e a Teoria do Apego.

– TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA

Essa vertente defende que fatores externos e sociais variam em diferentes dimensões e que essas variações afetam diretamente o processo e os resultados de um relacionamento.

Por exemplo, se você é uma pessoa extremamente dependente dos outros para alcançar experiências compensatórias, seu nível de monitoramento e análise do comportamento de um(a) parceiro(a) será altíssimo, sempre em busca de sinais de comprometimento e amor correspondido.

Esse alto nível de dependência pode colocar você em uma posição de menor empoderamento dentro da relação.

Contudo, em casos onde todas as partes da relação apresentem comportamentos similares (altamente dependentes), o relacionamento pode ser beneficiado em situações que exijam cooperação para atingir interesses mútuos. Nesse cenário, vocês miram um objetivo em comum e dependem um do outro para alcançá-lo.

Porém, se os objetivos não estiverem alinhados, há grandes chances de que essa dependência evolua para um comportamento conflitante.

– TEORIA DO APEGO

Originalmente concebida para entender a relação entre criança e cuidador, essa teoria foi adaptada nos anos 80 para explicar as relações afetivas entre adultos e baseia-se na trilogia: apego, separação e perda.

De acordo com essa corrente de pensamento, as pessoas desenvolvem ligações emocionais com outras pessoas significativas ao longo da sua vida e são motivadas a manter essas relações.

Essas figuras de apego – geralmente parceiros e parceiras amorosas, escolhidos já na vida adulta – e tornam-se os alvos de proximidade, principalmente em situações de estresse, doença ou medo.

Esse “porto seguro”, construído a partir da figura afetiva, é extremamente dependente da capacidade que essa pessoa tem de oferecer segurança psicológica em atividades desafiadoras e situações com grande potencial para o crescimento pessoal.

Dentro desse processo, um individuo pode apresentar variações em duas dimensões de insegurança ao apego:

  • Ansiedade – até que ponto é necessário assegurar que sua figura de apego irá sempre amá-lo e estar ao seu lado.
  • O Ato de Evitar – até que ponto está confortável com a intimidade emocional e a vulnerabilidade.

Como é de se imaginar, as pessoas consideradas seguras são aquelas que apresentam um baixo nível de insegurança nas duas dimensões e, consequentemente, possuem maior chance de alcançar um processo construtivo de relacionamento, além de apresentarem resultados mais positivos a partir de sua relação amorosa, em comparação às pessoas caracterizadas como inseguras.


A verdade é que, apesar dos avanços nos estudos dos relacionamentos, essa estranha e inexplicável sensação que nos une, muitas vezes, não tem explicação.

No entanto, se tem uma coisa que a ciência já conseguiu provar é que, independentemente de como a chamamos – relacionamento, carinho, amor, paixão, afeto – quando saudável, nos faz bem!

Então, aproveite essa descoberta e seja feliz também!

 


Fontes: