Entenda o impacto da pandemia na saúde mental dos atletas
Publicado por Scio Education

Desde o surgimento da pandemia, o mundo foi obrigado a se adaptar a uma nova lógica social para evitar o contato com o vírus e sua disseminação. Mesmo assim, a saúde mental foi inevitavelmente prejudicada, sobretudo àqueles que mantinham uma rotina completamente dependente de atividades externas, como no caso de atletas profissionais. 

Esse impacto psicológico reflete não somente o medo instalado pela covid-19, mas também a quebra de rotina que os competidores de alto rendimento enfrentaram durante esses meses. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, nos EUA, confirmou que um em cada cinco atletas se sente desmotivado para treinar na quarentena e cerca de 22,5% apresentam quadros depressivos em mais da metade dos dias da semana.   

  • A corrida contra os transtornos 

Além desses resultados, o estudo observou a ascensão da ansiedade na comunidade atlética através da análise dos perfis de ciclistas, triatletas e corredores norte-americanos. Os dados apontam que antes da pandemia a ansiedade estava presente no cotidiano, principalmente nos momentos antecedentes às competições, mas com a restrição de atividades isso foi sentido em dobro na maioria dos casos.  

Outro aspecto desestimulante para a maioria dos competidores é a realização de treino de forma solitária. Antes do decreto da Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos se exercitavam com um parceiro ou em grupo, mas atualmente o percentual de atividades em conjunto caiu de 39,7% para 11,6%.  

O médico professor da Universidade de Stanford, Michael Fredericson, declarou que uma saúde mental abalada pode diminuir a resposta do sistema imunológico e prejudicar na recuperação completa de um treino intenso, ainda mais considerando que durante a pandemia os atletas tentam compensar as novas dificuldades pelo aumento da intensidade de exercícios, com tempo médio de treino em 103 minutos, superior aos 92 minutos habituais. 
 

  • Autocuidado em primeiro lugar 

A ausência de competições deixa os atletas desorientados e muitos cedem ao desânimo, justamente por serem os jogos o principal meio de demonstrar o resultado de todos os seus esforços. Além disso, este é o momento em que alcançam visibilidade e renda para continuarem consolidados no esporte. 

Na medida em que esse sentimento e o estresse tomam conta da rotina, a ansiedade surge e a alimentação se torna mais desregulada. Nesse sentido, a compulsão alimentar pode ser um risco à saúde em geral, porque acaba gerando insatisfação, culpa e mais estresse ao atleta que já não possui o mesmo gasto calórico que antes.  

Assim, nesses tempos de medidas restritivas, o ideal é que o atleta procure também priorizar a sua saúde mental, uma vez que isso reflete diretamente no seu rendimento físico. Através da psicoterapia, o competidor terá apoio emocional para lidar com os obstáculos desse novo cenário, sem deixar de desacreditar em si mesmo ou perder seus estímulos.  
 

  • Exercício físico x atividade física 

Como visto, a falta de movimentação no corpo contribui para o surgimento de sentimentos prejudiciais à saúde mental. Por isso é importante não esquecer que os exercícios físicos, essencialmente caracterizados por uma estrutura intencional de movimentos para um fim específico e inseridos num local apropriado, são também atividades físicas.  

Assim, nos faz lembrar que existem diversos outros tipos de atividades dentro do nosso cotidiano que, apesar de não substituírem os resultados de um exercício, fortalecem o combate do comportamento sedentário e promovem a qualidade de vida.